domingo, junho 11, 2006

(sem nome) - Pablo Neruda

Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em taltal não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa cravos.

Um comentário:

Gigi disse...

Ju, como punição por não atualizar o seu blog desde JUNHO, vc ganhou uma maldição de um Coelho Psicótico (oh, ironia do destino, hahahaha)!!

Veja lá o meu blog para mais informações! :)

Beijos, tô com saudades!