sábado, dezembro 19, 2009

Recaminhos

Percebo, que desde o início, esse blog vem se transformando. Ele nasceu no final de 2005, a partir de uma série de e-mails que eu trocava com a minha amiga Ana Clara, e nos quais enviávamos poemas que gostávamos, e que gostaríamos de apresentar à outra. A idéia de dividir e apresentar poemas se estendeu, e iniciamos esse blog. Eu primeiro, e algumas semanas depois, a Clara se juntou a mim. Durante muito tempo, o blog se constituiu dessa maneira: como um espaço para postarmos poesia. Da poesia, ampliamos para música (que não deixa de ser poesia).

No dia 26 de janeiro de 2006, eu criei coragem, e pela primeira vez publiquei um poema escrito por mim. Fiz isso outras duas vezes. Infelizmente a Clara nunca postou nenhum poema escrito por ela, e eu devo dizer, ela tem muitas coisas boas escritas!

Conforme o tempo foi passando, eu e Clara fomos deixando o blog de lado. Às vezes, era eu quem me afastava, mas ela estava presente. Em outros momentos, quem se afastava era ela, mas eu continuava por aqui. Até que em 2007 o blog ficou quase esquecido, e em 2008, só passei para dizer que nossas prioridades haviam mudado, e que esperava retomar o blog em algum momento.

A vontade de só postar poesia foi mudando (quem sabe até por isso, o blog tenha ficado de lado), e em março de 2007, pela primeira vez, ao postar um trecho do filme Persona (do Ingmar Bergman), eu postei algo que não era poesia. Talvez com isso, tenha aberto um espaço para que esse blog pudesse encontrar um novo caminho! No tempo que se passou desde então, postei alguns trechos de livros. Depois, algumas fotografias minhas, com alguns pensamentos. Essa semana, além do trecho do livro, escrevi alguns comentários. Arrisquei até um post inteirinho, no qual eu não dava notícias sobre o blog, e tampouco postava poesia, trecho de livro ou filme. Ao invés disso, ao falar sobre livros e sebos, contei um pouquinho sobre mim, e minha paixão pelos livros (mesmo que não tenha sido assim, tão escancarado!)

E agora, qual é a minha proposta? Devo dizer que ainda não está fechada, e que há espaço para mudanças. Mas o principal, acho, é arriscar um pouquinho mais. Não apenas dividir um poema, um trecho de um livro ou filme, mas também falar um pouco mais a respeito. Não me esconder tanto, e quem sabe assim, abrir uma outra possibilidade de diálogo, com quem ainda vem aqui, e também, com as novas visitas!

sexta-feira, dezembro 18, 2009

possibilidades

(junho 2006) Originally uploaded by Julia Moreira

Lendo o que escrevi no dia 18 de junho de 2009, me lembrei dessa fotografia, daquilo que pensei ao vê-la, e de como a traduzi em palavras.

"Porque é sempre possível descobrir novas maneiras de olhar para aquilo que nos é cotidiano"

quinta-feira, dezembro 17, 2009

sobre livros e sebos

Esse é um post que comecei a escrever no final de fevereiro desse ano. Estava aqui esquecido e pela metade. Vou tentar transformá-lo e finalizá-lo.

Começava dizendo que me daria um livro novo de presente, por ter finalmente terminado o meu relatório parcial da iniciação científica (atualmente, já entreguei também o relatório final e o Trabalho de Conclusão de Curso!). Isso foi o que escrevi:

"Hoje queria me dar um presente, um livro novo! Entreguei meu relatório de iniciação científica e achei que merecia me dar um mimo. Fui até a livraria, comecei a olhar os livros, peguei uma pilha com quase dez... sentei, tomei um chá e comecei a ler um pouquinho de cada um. A pilha foi logo se transformando em duas: uma dos que de alguma maneira me fisgaram, e a "dos outros". No final, sobraram dois livros.
A idéia original era levar um, como eu venho fazendo ultimamente. Um por vez, pra ser lido, apreciado, sem a ansiedade de querer começar logo o outro. Para poder saborear as palavras!"

E por aí acabei parando... lembro que ia logo dizer, que ao ver o preço dos livros, desisti de comprar qualquer um deles. Custavam por volta de R$50,00 cada, e eu estava pensando em gastar uns R$30,00. Ao chegar em casa, entrei na internet e comecei a pesquisar em um site, outro, outro... no final da pesquisa, a diferença de preço não era muita. Resolvi arriscar a estante virtual, apesar de ambos serem livros recentes (se não me engano, publicados em 2007 ou 2008). E encontrei! Custavam por volta da metade do preço. Comprei um deles, "Divisadero", de Michael Ondaatje (mais conhecido pelo livro "O paciente inglês"). O livro estava como se fosse novo. No final, acabei não lendo... comecei, mas era tanta coisa no início do ano (TCC, estágios, último ano de faculdade), que devo ter parado logo no segundo capítulo. Está aqui separado para ser lido algum dia.

Enfim, o que queria dizer com esse post era a vantagem de se procurar livros em sebos, e apresentar, para quem ainda não conhece, o site da Estante Virtual, que reúne sebos de todo o Brasil. Pra quem gosta de comprar livros como eu (o que às vezes é um perigo para os bolsos...), vale a pena conhecer!

quarta-feira, dezembro 16, 2009

O mundo de Sofia - Jostein Gaarder

“Embora não restasse dúvida de que Deus fosse capaz de criar todas as coisas possíveis, dificilmente ele poderia ter criado a si mesmo, sem antes possuir um ‘si mesmo’ através do qual pudesse criar.” (p. 19)

GAARDER, Jostein (1991). O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Tenho em meu computador, arquivos em que coloco alguns trechos de livros, que por algum motivo chamaram a minha atenção. Às vezes, faço alguma reflexão, ou coloco alguns pensamentos. Esse que acabei de postar, estava separado já há algum tempo, e hoje, tirei o livro da estante, para conferir páginas e ano de publicação. Na verdade, não foi só para isso que o livro saiu da estante... comprei-o em 1996, quando tinha 12 anos. Comecei a ler na época, mas por algum motivo, acabei parando de ler. E isso se repetiu ao menos uma dezena de vezes, nesses últimos 13 anos. Pego o livro, começo a ler, e quando estou por volta da página 60, alguma coisa faz com que eu pare a leitura. Algumas vezes, uma prova do colégio. Outras, uma leitura que tinha data. Às vezes, puro esquecimento. Será que agora eu termino?

Aliás, vocês já pararam para pensar que um livro carrega muito mais do que aquela história que vem escrita?

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Haroun e o mar de histórias - Salman Rushdie

"Dar para uma coisa um nome, um rótulo, um cabo para segurar; salvá-la do anonimato, tirá-la fora do Lugar Sem Nome, em suma, identificá-la - eis um jeito de fazer com que a referida coisa passe a existir." (p. 69)

RUSHDIE, Salman (1990). Haroun e o mar de histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

quinta-feira, setembro 17, 2009

arte?

Mais uma vez, a pergunta. O que faz da fotografia arte? Essa é uma pergunta que venho fazendo recentemente, enquanto trabalho em uma seleção de fotografias que considero "arte". Qual é o meu critério? Até agora, pareço não ter uma definição fechada, e apesar de ter uma idéia, é muito difícil "defini-la". Ela passa muito mais pelo lado "pessoal", e também quando sinto que a imagem "chama". Não é a imagem tecnicamente perfeita, mas aquela que inquieta. Muitas vezes, é isso que seleciono como "arte".

quinta-feira, junho 18, 2009

novos ângulos, outros ângulos

...na hora da chuva...
era um blog de poesia
que ficou meio abandonado
que virou um blog de palavras
o que me parece meio desnecessário dizer.
e que ficou abandonado de novo,
e se tentou voltar...
e voltar...
e voltar...
e nada!
abandonado pelas donas, e imagino, pelas visitas.

Hoje posto uma fotografia, que está no meu flickr e é a minha mais significativa de um novo ensaio fotográfico. Novas maneiras de olhar o mundo, de fotografar, de me posicionar atrás das lentes, sem olhar através delas, olhando por cima. Subversão. Eu me pergunto: arte?

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Nada - Carmen Laforet

"Talvez o sentido da vida de uma mulher consista unicamente em ser descoberta assim, olhada de modo que ela mesma se sinta radiante." (p.193)

LAFORET, Carmen (1945). Nada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.